
Especialista fala sobre iniciativas que podem ajudar a evitar apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal.
Na manhã de terça-feira, 15 de agosto, uma falha na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) impactou o fornecimento de energia em todas as regiões do país e causou transtornos às principais cidades brasileiras, afetando diretamente o sistema público de transporte e o trânsito.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a ocorrência gerou a interrupção de mais de 18 mil megawatts (MW) de carga. As causas estão sendo apuradas e pode existir relação com um incidente ocorrido no Ceará por conta de uma sobrecarga na transmissão, o que fez o sistema entrar em colapso na região.
Especialistas da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) afirmam que é precipitado apontar o fator determinante da falha antes da conclusão técnica das instituições envolvidas na operação. Um problema desta grandeza costuma ocorrer quando há questões simultâneas.
“Essa é uma gestão complexa e que exige um aprofundamento técnico. No entanto, há medidas que podem contribuir para tornar o sistema elétrico menos vulnerável e as ações de eficiência energética fazem parte disso”, afirma o presidente da ABESCO, Bruno Herbert.
O especialista reforça que, embora seja impossível controlar a natureza, que neste caso está conectada à geração da energia, é plenamente possível determinar a forma como os recursos naturais são utilizados: com o uso racional da energia e iniciativas consistentes para a redução nas mais diversas escalas de consumo.
“Medidas de combate ao desperdício são fundamentais, uma vez que este excesso eleva a demanda de geração de energia e contribui para esse cenário em que o gasto energético exacerbado desafia a nossa capacidade de produção e consequentemente de competitividade”, afirma o presidente da ABESCO.
Bruno Herbert defende que, além da ampliação da eficiência energética, uma forma de ajudar a diminuir a sobrecarga do sistema, é o maior incentivo à diversificação da matriz energética, com novos investimentos e popularização de fontes alternativas de geração, como a energia eólica e a solar.